quinta-feira, 26 de maio de 2011
risos
Noutro dia vi um rapaz a rir sozinho. Então não sou a única que faz isso, ou ele percebeu que eu estava a rir sozinha e riu de mim.
quatro palavras
-Em quatro palavras- "NOT MY PROBLEM!"
-Mas espera aí, só usaste três palavras!
-Exacto...
-Mas espera aí, só usaste três palavras!
-Exacto...
domingo, 22 de maio de 2011
"Do amor e outros demônios"
Uma noite, foi ela quem tomou a iniciativa com os versos que aprendia de tanto ouvir:
– “Quando páro a contemplar meu estado e ver os passos por onde me trouxeste…” – recitou. E perguntou com picardia: – Como continua?
- “Eu acabarei, pois me entregarei sem arte a quem me saberá perder e acabar” – disse ele.
Ela repetiu os versos com a mesma ternura e continuaram até o fim do livro, saltando trechos, pervertendo e tergiversando os sonetos conforme a conveniência, brincando com eles à vontade, com um domínio de donos.
Tarde da noite, depois de um dia inteiro de disfarces, se sentiam amados desde sempre. Cayetano, meio de brincadeira e meio a sério, se atreveu a soltar o cordão do espartilho de Sierva María. Ela protegeu o peito com as duas mãos; houve uma chispa de raiva em seus olhos e uma rajada de rubor lhe incendiou o rosto.
Cayetano lhe agarrou as mãos com o polegar e o indicador, como se estivessem em fogo vivo, e as afastou do peito. Ela tentou resistir, e ele lhe opôs uma força terna mas resoluta.
- Repete comigo – disse: – “Enfim a vossas mãos hei chegado.”
Ela obedeceu.
- “Onde sei que hei de morrer” – prosseguiu ele, enquanto abria o espartilho com seus dedos gelados. Ela repetiu quase sem voz, trêmula de medo:
- “Para que só em mim seja provado o quanto corta uma espada num rendido.”
Então ele a beijou nos lábios pela primeira vez.
O corpo de Sierva María estremeceu com um gemido, e ela soltou uma tênue brisa marinha e se abandonou à própria sorte. Ele passou por sua pele as gemas dos dedos, tocando-a muito de leve, e viveu pela primeira vez o prodígio de se sentir em outro corpo.
(Gabriel García Márquez)
– “Quando páro a contemplar meu estado e ver os passos por onde me trouxeste…” – recitou. E perguntou com picardia: – Como continua?
- “Eu acabarei, pois me entregarei sem arte a quem me saberá perder e acabar” – disse ele.
Ela repetiu os versos com a mesma ternura e continuaram até o fim do livro, saltando trechos, pervertendo e tergiversando os sonetos conforme a conveniência, brincando com eles à vontade, com um domínio de donos.
Tarde da noite, depois de um dia inteiro de disfarces, se sentiam amados desde sempre. Cayetano, meio de brincadeira e meio a sério, se atreveu a soltar o cordão do espartilho de Sierva María. Ela protegeu o peito com as duas mãos; houve uma chispa de raiva em seus olhos e uma rajada de rubor lhe incendiou o rosto.
Cayetano lhe agarrou as mãos com o polegar e o indicador, como se estivessem em fogo vivo, e as afastou do peito. Ela tentou resistir, e ele lhe opôs uma força terna mas resoluta.
- Repete comigo – disse: – “Enfim a vossas mãos hei chegado.”
Ela obedeceu.
- “Onde sei que hei de morrer” – prosseguiu ele, enquanto abria o espartilho com seus dedos gelados. Ela repetiu quase sem voz, trêmula de medo:
- “Para que só em mim seja provado o quanto corta uma espada num rendido.”
Então ele a beijou nos lábios pela primeira vez.
O corpo de Sierva María estremeceu com um gemido, e ela soltou uma tênue brisa marinha e se abandonou à própria sorte. Ele passou por sua pele as gemas dos dedos, tocando-a muito de leve, e viveu pela primeira vez o prodígio de se sentir em outro corpo.
(Gabriel García Márquez)
sábado, 21 de maio de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
questões práticas=)
Uma mulher entra numa farmácia e pede ao farmacêutico:
- Por favor, quero comprar arsênico.
- Mas..isso é veneno.. não posso vender ASSIM! Qual é a finalidade?
- Matar o meu marido!!**
- Pra este fim... não posso mesmo vender!!!
A mulher abre a bolsa e tira uma fotografia do marido, na cama com a mulher do farmacêutico.
- Ah bom!... COM RECEITA É OUTRA COISA
- Por favor, quero comprar arsênico.
- Mas..isso é veneno.. não posso vender ASSIM! Qual é a finalidade?
- Matar o meu marido!!**
- Pra este fim... não posso mesmo vender!!!
A mulher abre a bolsa e tira uma fotografia do marido, na cama com a mulher do farmacêutico.
- Ah bom!... COM RECEITA É OUTRA COISA
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Tentações...=)
quarta-feira, 18 de maio de 2011
lindíssimoérrimo!
terça-feira, 17 de maio de 2011
aflições.. e cenas maradas que entram num espiríto quando está a trabalhar de noite...
"Sim, afligia muito querer e não ter.
Ou não querer e ter.
Ou não querer e não ter.
Ou querer e ter.
Ou qualquer outra dessas combinações entre os quereres e os teres de cada um, afligia tanto."
(Caio Fernando Abreu)
Ou não querer e ter.
Ou não querer e não ter.
Ou querer e ter.
Ou qualquer outra dessas combinações entre os quereres e os teres de cada um, afligia tanto."
(Caio Fernando Abreu)
A evolução dos concertos...
segunda-feira, 16 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
mão indigna
-Se a minha mão indigna profana este santo relicário, os meus lábios, rubros peregrinos, estão prontos a, como leve expiração, suavizar esse rude contato com um terno beijo.
-Sois muito injusto para com a vossa mão, bom peregrino, pois ela mostra nisto respeitosa devoção; as próprias santas têm mãos que são tocadas pelas dos peregrinos, e esse contato é como se fosse um beijo desses bons romeiros.
-As santas e esses bons peregrinos não têm lábios?
-Têm lábios, de que se podem servir só para rezar.
-Deixa então, minha santa querida, que os lábios façam o que fazem as mãos. Eles pedem, aceita a sua súplica, para que a minha fé não se mude em desespero.
-As santas não se movem, mesmo que atendam os rogos que lhes façam.
- Então não vos movais enquanto eu recolho o fruto da minha prece. Assim os teus lábios purificam o pecado dos meus.
(Beijam-se)
Diz assim o sempre amado Shakespeare
-Sois muito injusto para com a vossa mão, bom peregrino, pois ela mostra nisto respeitosa devoção; as próprias santas têm mãos que são tocadas pelas dos peregrinos, e esse contato é como se fosse um beijo desses bons romeiros.
-As santas e esses bons peregrinos não têm lábios?
-Têm lábios, de que se podem servir só para rezar.
-Deixa então, minha santa querida, que os lábios façam o que fazem as mãos. Eles pedem, aceita a sua súplica, para que a minha fé não se mude em desespero.
-As santas não se movem, mesmo que atendam os rogos que lhes façam.
- Então não vos movais enquanto eu recolho o fruto da minha prece. Assim os teus lábios purificam o pecado dos meus.
(Beijam-se)
Diz assim o sempre amado Shakespeare
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