O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós
Meu amor, o tempo somos nós
O espaço tem o volume da imaginação
Além do nosso horizonte existe outra dimensão
O espaço foi construído sem principio nem fim
Meu amor, tu cabes dentro de mim
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar
A nossa história começa na total escuridão
Onde o mistério ultrapassa a nossa compreensão
A nossa história é o esforço para alcançar a luz
Meu amor, o impossível seduz
O meu tesouro és tu
Eternamente tu
Não há passos divergentes para quem se quer
Encontrar
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
"Assovia o vento dentro de mim"
"Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono das minhas certezas, sou a minha cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que bate na minha cara."
(Eduardo Galeano)
(Eduardo Galeano)
MOTIVO
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
(Cecília Meirelles)
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
(Cecília Meirelles)
As únicas, e são tantas, graças a Deus!
"As únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que são loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo. As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante, mas que queimam e brilham, brilham, brilham como luminosos fogos de artifícios cruzando o céu."
(Jack Kerouac)
(Jack Kerouac)
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
"Os cientistas preferem explicar o Estado pela luta de classes, o canibalismo pela deficiência em proteínas, a guerra pelas indústrias de armamento e pelo capitalismo, a droga pela falta de amor, o crime pela frustração, e assim por diante. O ciclo cultural que nos integra culminou afinal numa gigantesca Era do Álibi. Tudo está desculpado. Ninguém tem culpa de nada.
(António Marques Bessa in ´Ensaio sobre o fim da nossa Idade´)
(António Marques Bessa in ´Ensaio sobre o fim da nossa Idade´)
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A austeridade, esse bicho mau!
Com a crise que se avizinha as minhas prendas de Natal este ano vão ser 'kits de sobrevivência'!
-Lata de atum do lidler + Garrafa água Penacova 0.33ml + 1/2Kg de bananas+ Rolo Papel Higénico + Sabonete Cien
Isto só para os amigos do peito.. Os outros, desculpem lá, mas não levam nada!
É a austeridade meus caros, a austeridade....
-Lata de atum do lidler + Garrafa água Penacova 0.33ml + 1/2Kg de bananas+ Rolo Papel Higénico + Sabonete Cien
Isto só para os amigos do peito.. Os outros, desculpem lá, mas não levam nada!
É a austeridade meus caros, a austeridade....
domingo, 4 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
"Mais a borboleta"
"Muito depende de sermos capazes de estar no momento em que estamos, sem pensarmos no que fizemos para ali estar ou nos preocuparmos para onde vamos a seguir.
Se pudéssemos ser inteiramente inteligentes, não pensaríamos senão no momento em que estivéssemos, sem expectativas. Para estarmos à espera, sem saber de quê. Anteontem, durante um segundo de um almoço de Agosto, pousou num copo uma borboleta espampanante. E logo voou, deixando-nos a falar dela.
O momento e o tempo estão tão ligados como o nosso coração e a nossa alma. Tenho a certeza que todos os dias somos visitados por lembranças do muito que nos pode acontecer, do pouco que sabemos e do pouco tempo que temos para ficar com uma pequena ideia do que tudo isto é.
Estas visitas espantosas, em que só se repara por sorte, só são bem recebidas e apreciadas, quando a nossa atenção se desliga de nós próprios e do mundo que gira dentro de nós e se vira, como se de uma casa vazia, para fora.
Há um estado activo de recepção, de estarmos prontos para o que vier, sem termos nada marcado ou expectativa nenhuma. Não se consegue ver a borboleta, se estivermos à espera dela e resolvermos: 'Agora vou estar aqui sentado, com a cabeça esvaziada, inteiramente distraído pelo que me rodeia, à espera que me apareça pela frente uma coisa maravilhosa'.
É quando se está com que se ama que se é mais visitado. Se calhar, o que atrai as visitas é a doçura da companhia e a distracção em que o amor vive. Ali."
(Miguel Esteves Cardoso, 'Mais a borboleta', in Público de 6 de agosto)
Se pudéssemos ser inteiramente inteligentes, não pensaríamos senão no momento em que estivéssemos, sem expectativas. Para estarmos à espera, sem saber de quê. Anteontem, durante um segundo de um almoço de Agosto, pousou num copo uma borboleta espampanante. E logo voou, deixando-nos a falar dela.
O momento e o tempo estão tão ligados como o nosso coração e a nossa alma. Tenho a certeza que todos os dias somos visitados por lembranças do muito que nos pode acontecer, do pouco que sabemos e do pouco tempo que temos para ficar com uma pequena ideia do que tudo isto é.
Estas visitas espantosas, em que só se repara por sorte, só são bem recebidas e apreciadas, quando a nossa atenção se desliga de nós próprios e do mundo que gira dentro de nós e se vira, como se de uma casa vazia, para fora.
Há um estado activo de recepção, de estarmos prontos para o que vier, sem termos nada marcado ou expectativa nenhuma. Não se consegue ver a borboleta, se estivermos à espera dela e resolvermos: 'Agora vou estar aqui sentado, com a cabeça esvaziada, inteiramente distraído pelo que me rodeia, à espera que me apareça pela frente uma coisa maravilhosa'.
É quando se está com que se ama que se é mais visitado. Se calhar, o que atrai as visitas é a doçura da companhia e a distracção em que o amor vive. Ali."
(Miguel Esteves Cardoso, 'Mais a borboleta', in Público de 6 de agosto)
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