sábado, 2 de julho de 2011

Preciso

Não um amor de mesa posta, talheres de prata, toalha de renda, não um amor de terça-feira e domingo, água morna, gaveta arrumada.
Apaixona-te por mim no meio de uma tarde de chuva, rua alagada, rosas na mão, um calor de desmaiar, um amor faminto, urgente, latejante, um amor de carne, sangue e vazantes, um amor inadiável de perder o rumo, o prumo e o norte, um amor de morte. Não me dês um amor adestrado que senta, deita, rola e finge de morto, que late, lambe e dorme.
Uma paixão felina, apaixona-me sorrateiramente e assim que eu me distrair, crava-me os dentes, as unhas, rola comigo e perde-te em mim e sê tão grande a ponto de me deixar perder.
Ama as minhas curvas, a minha alma, espalha-te nos meus versos, nos meus reversos, nos meus entalhes.
Faz-me sentir amada, desejada, glorificada, preciso, preciso tanto, que me ensines, que me fales, que me cales. Amén.

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